Da infraestrutura limite à infraestrutura ligação. Um percurso assistido de mobilidade suave no planalto de Lisboa

Autoria: Ana Catarina Pinto Santos

Orientação: João Maria Ventura Trindade

Co-Orientador:

Instituto Universitário de Lisboa

Menção Especial Urbanismo

Memória descritiva

O propósito desta investigação nasce da contradição implícita na infraestrutura ferroviária, enquanto obstáculo físico que cria descontinuidade e canal de circulação do qual a cidade de Lisboa depende. Num primeiro momento, o projeto responde às necessidades do lugar e ao facto da linha do comboio ser entendida como uma barreira física que corta a relação da cidade para norte e condiciona o seu crescimento, tornando-se necessário estabelecer novas ligações.

No decorrer da análise do território, encontrou-se a matéria de construção, que unifica a proposta ao longo de 1 quilómetro de extensão, invoca a memória do lugar e lança o propósito programático. Seguidamente, o projeto lança uma hipótese de mobilidade para o planalto de Lisboa, promovendo o funcionamento do canal ferroviário, a ligação a outros transportes públicos e a introdução de modos suaves. A inserção de meios mecânicos, verifica-se, ao longo da história da arquitetura, em zonas consolidadas e de topografia irregular, como o centro histórico de Lisboa, onde foram introduzidos mecanismos para transpor inclinações e criar novas acessibilidades. Num momento em que se repensa os territórios planos da cidade, lança-se a hipótese de aplicar sistemas elétricos de apoio às deslocações pedonais para vencer distâncias horizontais. Deste modo, são desenhadas novas plataformas de espaço público que se apropriam da infraestrutura ferroviária e dos novos espaços de permanência para criar um percurso assistido que aproxima as novas estações de Entrecampos e Roma/ Areeiro, afastadas entre si. A solução encontrada remete para uma ideia primitiva e fundacional da arquitetura, onde sobre pilares de pedra assentam grandes vigas metálicas. A partir do desenho desta infraestrutura, lintel e embasamento respetivamente, procuram-se os novos espaços de encontro na cidade, unidos por um percurso cultural que privilegia os modos suaves, enquanto alternativas sustentáveis de deslocação, acessíveis a toda a população.