ÁGUA E LUZ ‐ O IMAGINÁRIO DOS BANHOS. Projecto nas Carreiras da Rocha Conde d’ Óbidos

Autoria: Mariana Pires

Orientação: José Aguiar

Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitectura

Finalista

Memória descritiva

A proposta consiste num ensaio sobre a água e a sua presença na vida do homem em vários níveis – vital, social e lúdico. Desta forma propõe-se três diferentes programas, todos eles ligados à água e que articulados conseguem servir toda a população lisboeta: umas piscinas exteriores com balneários públicos (praia urbana), uns banhos e uma piscina móvel que flutuará em várias zonas de Lisboa. A escolha do local de intervenção – próximo ao rio – aponta para a regeneração da frente Tejo, criando um momento de socialização que lembra os largos pontuados pela água ou os mergulhos dados no rio no séc. XIX. O edifício dos banhos é desenhado através de cheios e vazios, de matéria e luz, incidindo sobre superfícies variadas onde a presença da água é determinante no desenho de espaços e dos seus vazios. A presente reflexão arquitectónica une as bases fundamentais de arquitectura com a ideia de algo valioso, como um tesouro enterrado. Constrói-se um refúgio de uma forma muito evidente, através da escavação, alcançando percepções muito diferentes do edifício e dos diferentes espaços. A possibilidade e a complexidade de geometrias aqui aplicadas transformam o ambiente, em algo calmo e sereno ao mesmo tempo que complexo formalmente e com a constante presença da água. Em suma, constrói-se uma narrativa associada à água com três elementos, que apesar de fazerem sentido individualmente graças à história de Lisboa com a água, quando trabalhados em conjunto, tornam a memória em algo ainda mais concordante com o lugar, a sua história e o seu futuro. O projecto evidencia que o corpo se torne protagonista do espaço, dada a profundidade da arquitectura escavada – que suscita emoções estranhas ao homem – e a luz natural – que graças à dinâmica espacial do edifício transforma o vazio num espaço mais vivido.