ALCÂNTARA E A TRANSIÇÃO PARA O ATERRO HABITAR O SÍTIO DA ANTIGA FÁBRICA SOL
Autoria: INÊS SOARES
Orientação: JOSÉ ANTÓNIO JACOB MARTINS CABIDO
UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE ARQUITECTURA | MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA
Memória descritiva
A evolução da linha de água ao longo do tempo confirma um recuo do rio sobre a terra: a conquista deste domínio foi marcada por sucessivas transformações na paisagem, reconfigurando os limites da capital.
Um olhar atento sobre Alcântara lança o mote da reaproximação do rio com a cidade, através da construção de um lugar que pretende devolver-lhe um espaço de refresco e de repouso, diluído entre as construções.
Fenómenos recentes ocorridos à escala global -e particular-, colocam como prioridade a gestão da água em ambiente urbano. Deste modo, a proposta repensa o funcionamento do Vale e dos seus sistemas infraestruturados -artificiais e naturais-, como parte de um sistema multifuncional, adaptável e water sensitive.
Oscilando entre períodos extremos de chuvada e de seca, a captação da água desenha um espaço coletivo, inundável, que funciona de forma complementar ao Caneiro de Alcântara.
A proposta arquitetónica parte de construção de um novo aterro – através do prolongamento do chão da cidade a partir da cota mais alta do terreno de intervenção – devolvendo a continuidade da frente urbana à Avenida 24 de Julho. É sobre este embasamento que assentam os edifícios residenciais.
Neste âmbito, a produção do espaço habitacional é pensada de forma a
permitir uma apropriação versátil e adaptável ao modus vivendi dos respetivos
habitantes.
A abordagem aos sistemas construtivos é plural, adaptando a tecnologia da madeira, especificamente, o CLT – cross laminated timber – e o Glulam a cada
conjunto urbano edificado, aliando-a a materiais como o zinco, o GRC – glass fiber reinforced concrete – e a alvenaria de pedra.