MUSEU NA SEGUNDA LINHA DE FRONTEIRA DA JUROMENHA. Vigilância e Fronteira

Autoria: Alexandre Vicente

Orientação: Joaquim Moreno

Universidade Autónoma de Lisboa - Departamento de Arquitetura

Finalista

Memória descritiva

Este trabalho pretende reflectir sobre os diversos aspectos da condiÁ„o de
limite, fronteira e vigil‚ncia, procurando enaltecer a
paisagem como um lugar de contemplaÁ„o, instabilidade e mudanÁa. A proposta
pretende n„o sÛ valorizar esta ideia de retrospecÁ„o
sobre o conceito de paisagem, mas tambÈm criar algo pela qual o prÛprio
lugar se identifica.
Existe uma constituiÁ„o como construÁ„o de paisagem no territÛrio, partindo
tambÈm da sua caracterizaÁ„o por momentos de
estabilidade e instabilidade. A estabilidade da acÁ„o humana no Rio
Guadiana, por entermÈdio da Barragem do Alqueva contrapıemse
‡ instabilidade do terreno. Opıe-se a instabilidade com a plantaÁ„o de
·rvores, traÁando n„o sÛ planos espaciais, para quem das
torres observa, mas tambÈm gerando espaÁos de chegada bem como paisagem.
O projecto consiste na implantaÁ„o de sete torres sobre o traÁo do projecto
do Major Brand„o de Sousa, de 1817, defenindo n„o sÛ
um limite, como constituindo uma paisagem. Essa paisagem pretende-se
redefinir atravÈs da colocaÁ„o de torres, pontos que nos
remetem para uma possibilidade de memÛria para as antigas permanÍncias. O
projecto constrÛi um n„o-objecto, mas sim um lugar,
territÛrio. A matÈria È bet„o estrutural, sem revestimento ou tratamento;
uma analogia entre a antiga tectÛnica militar, o car·cter pÈtreo
das fortificaÁıes.
… tambÈm um olhar sobre o que È o espaÁo de um museu. Cada ponto È apenas
uma torre, com entrada anÛnima, alÁados
silÍnciosos e no seu interior espaÁo. As torres como peÁas na paisagem,
desenham uma fronteira atravÈs de quem as visita e observa
da sua cobertura.
No seu interior s„o entendidas como cavernas, pois s„o o mais prÛximo de
natural que a arquitectura pode atingir. As divisıes
interiores n„o se dividem de forma convencional para este tipo de programa,
criam-se a partir da ausÍncia de matÈria, da subtracÁ„o e
dos seus vazios, da escavaÁ„o da prÛpria peÁa. No seu interior temos a
percepÁ„o de espaÁos escuros que criam vazios, apenas
sentimos o espaÁo como ele È, um v·cuo onde a luz escapa, a ˙nica
identificaÁ„o de presenÁa È feita por iluminaÁ„o zenital. Cada
torre È singular. O seu interior uma experiÍncia.