O Castelo Observatório. Reabilitação e Valorização do Castelo da Vila de Mourão como um Centro de Observação do Território

Autoria: Luis Filipe Vitorino Caleiro

Orientação: Pedro Pacheco

Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitectura | Mestrado integrado em Arquitectura

Finalista

Memória descritiva

A intenção é aproximar a estrela de pedra parcialmente cercada por um lago, ao reflexo das estrelas na água que nos transportam para outra realidade, restabelecendo a conexão entre a vila – castelo – lago, com o Castelo Observatório.

Consciente dos problemas de degradação do património arquitetónico militar, esta intervenção na fortificação da Vila de Mourão, -assente em palimpsesto – , pretende  estabelecer uma nova utilização do património arquitetónico e um novo uso ao castelo e por conseguinte uma nova organização espacial, justificando a sua inevitável reabilitação, através da criação de um Observatório Astronómico, interligando entre si, o património arquitetónico e a ciência com a tradição, tornando-o novamente coabitado, e incentivando o turismo na rota dos castelos e dos observatórios astronómicos, e assim perdurar no tempo.

Hoje com o lago de Alqueva foram definidas novas margens e é essencial definir os novos eixos de ligação. O Castelo-Observatório é o elemento de transição entre a vila e o lago, o redesenho do pavimento de pedra da vila e a reabilitação das travessas-medievais de pedra vão permitir o acesso até ao lago, atracando pequenos portos flutuantes, convidando a continuar o percurso.

A fortificação de Mourão, localizada no topo do outeiro ergue-se como marco da paisagem envolvente confrontada em altura apenas pela fortificação de Monsaraz na margem oposta ao lago de Alqueva, onde outrora terá́ sido um abrigo vigilante, hoje é procurado por ser um ponto de cota dominante e onde é possível a partir do castelo contemplar o território e as estrelas, no primeiro destino star light do mundo.

As formas circulares do CO enfatizam as abóbadas in loco e nos remete para a cúpula celeste, permitindo moldar os espaços/função. É através de uma estrutura leve suportada por apoios integrantes do programa, que sem tocar nas ruínas, cria um contraste de claro/escuro e uma ambiguidade entre a robustez da muralha e a leveza transmitida pela estrutura/invólucro, complementando e valorizando a Alcáçova, sem interferir no legado histórico presente.

Um objecto-símbolo molda os espaços de contemplação da ruína, uma cúpula e um óculo definem o espaço de evocação e uma cúpula invertida que nos envolve numa experiência a sós com o céu estrelado, encontrando aí o espaço de observação celeste.

No fundo só há espaço. No fundo existe algo