REABILITAÇÃO DE UM CONJUNTO PATRIMONIAL NO LARGO DO CONDE BARÃO. Uma Viagem pela Memória do Lugar

Autoria: Joana Anacleto

Orientação: José Aguiar

Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitectura

Finalista

Memória descritiva

Localizado na zona da Boavista em Lisboa, o Palácio Almada Carvalhais é um edifício do século XVI que ilustra de forma clara a maneira como as camadas do tempo se sobrepõem nas arquitecturas. Pioneiro no Renascimento em Portugal, o palácio sofreu, ao longo dos seus séculos de existência, profundas alterações, chegando até nós como um reflexo dos tempos passados, espelhando simultaneamente ideias renascentistas e barrocas fruto da grande intervenção que sofreu no século XVIII,

A Caixa Geral de Depósitos, é a entidade proprietária do palácio, e tem ao seu dispor uma colecção de arte, com enorme espólio de objectos que se encontram armazenados por falta de instalações. Propõe-se deste modo que o palácio receba essas colecções e as divulgue publicamente de forma condigna, formando um novo conjunto intitulado Palácio das Artes.

Perseguindo a narrativa histórica de um lugar definido por dois palácios e um terceiro edifício que os unia, a primeira premissa do projecto foi redesenhar as formas de separação/ligação, devolvendo dois (perdidos) jardins interiores à fruição pública e organizando as formas da sua articulação. Assim, ao nível do desenho do espaço, propõe-se que este novo lugar se organize em três partes distintas acompanhando as lógicas da pré-existência: a reabilitação do Palácio Almada Carvalhais; o desenho dos novos jardins; e por último, associado a estes novos espaços verdes, propôs-se o desenho de um novo edifício.

Reabilitação do Palácio

Propõe-se o restauro dos espaços do palácio com relevante valor histórico-artístico, de forma muito pouco intrusiva, clarificando a leitura de conjunto e desenhando as intervenções novas necessárias para permitir usos actuais, seguindo o conceito de Box in the Box, por serem construções pouco intrusivas, reversíveis e diferenciadas da pré-existência.

Novos Jardins

No desenho dos jardins pretende-se restituir a memória do papel que os jardins desempenhavam nos antigos palácios, enquanto lugares hedonistas e de produção, significando agora um lugar-escapatória ao mundo agitado actual da cidade.

Novo Edifício

Este novo corpo vai seguir o alinhamento do edifício de separação / ligação entre os dois palácios para que, deste modo, funcione também como separação / ligação dos dois jardins.