RECONSTRUÇÃO CRÍTICA ANFITEATRO ROMANO CONIMBRIGA

Autoria: Miguel Frazão

Orientação: Paulo Providência

Universidade de Coimbra - Faculdade de Ciências e Tecnologias

Menção honrosa

Memória descritiva

Foi há mais de dois mil anos que a cidade romana de Conimbriga ganhou uma maior dimensão, tanto a nível económico como a nível urbanístico. Foi construída uma série de edifícios e equipamentos públicos que melhoraram o nível de vida do povoado. A cidade sofreu, com o passar dos séculos, várias modificações até à sua invasão pelos Bárbaros que, à segunda tentativa, no ano de 468, conquistam a cidade. Conimbriga foi vítima de várias invasões até ao século VIII (invasão árabe), no entanto, em 878, com a reconquista do território de Coimbra por D. Afonso III das Astúrias, o oppidum de Conimbriga foi abandonado pelos poucos habitantes que ainda viviam nas ruínas. Estes esconderam-se durante toda a idade média numa aldeia por eles fundada, a norte do planalto, que mais tarde viria a chamar-se de Condeixa e, posteriormente, renomeada para Condeixa-a-Velha.

É precisamente nesta aldeia onde estão localizadas as ruínas do Anfiteatro Romano de Conimbriga. Estas, compostas por dois conjuntos de três abóbadas em cada extremo do eixo maior, implantam-se numa bacia topográfica com uma pendente de 15 metros em relação ao topo do planalto. A proposta da Reconstrução Crítica do Anfiteatro Romano de Conimbriga assenta sobre as ruínas, criando uma nova volumetria que interpreta o antigo anfiteatro. Esta nova estrutura vem resolver vários problemas do sítio arqueológico, tais como: recuperar o perímetro da muralha augusta, o que dá outras leituras a Conimbriga; reforçar o antigo percurso de ligação pela costa a Lisboa; criar um equipamento urbano que permite a realização de espetáculos de vários tipos; permitir uma leitura mais clara sobre os processos de apropriação do anfiteatro após o século IV, através da construção de habitações sobre o edifício. Para além disso, este projeto justifica-se pela necessidade de uma melhor articulação dos percursos de visita integrando Condeixa-a-Velha. Este novo edifício, que interpreta a ruína e a implantação excecional do antigo anfiteatro romano de Conimbriga, para além de ter autonomia própria, insere-se numa estratégia global de intervenção no sítio arqueológico.