UM PROJECTO PARA UM CAMINHO. Ampliação da sede dos escuteiros do grupo Lac-Bleu, La Tour-de-Peilz, Suiça

Autoria: Mariana Barreira

Orientação: Marco Ginoulhiac

Universidade do Porto - Faculdade de Arquitectura

Menção honrosa

Memória descritiva

O desenvolvimento de um projecto para um cliente escuteiro encerra o entendimento da sua visão relativamente ao espaço natural e à maneira de interagir com o mesmo. O programa pedido cingia-se, inicialmente, à construção de uma nova sala de aulas, ampliando a sede do grupo escuteiro em La Malègue, na cidade de La Tour-se-Peilz, na Suíça. Contudo, rapidamente se adaptou o mesmo às vivências do grupo e ao seu modo de apropriação do espaço natural.

Assim, a resposta evoluiu num percurso. Fundindo arquitectura com uma actividade escuteira, a marcha, privilegia-se a interação com a natureza. O projecto desenvolveu-se em dois objectos unidos pelo percurso. Um dos edifícios representa a efemeridade do pioneirismo, enquanto que o outro adopta o mesmo princípio estrutural embora procure um carácter permanente. Este corresponde à desejada sala de aulas em La Malègue. O outro materializa-se numa estrutura desenhada para abrigo dos próprios escuteiros no final da marcha, em Dent de Lys, a 2014m de altura.

Em La Malègue, mais do que a criação de uma sala de aulas, pretende-se valorizar os espaços no terreno de acordo com as vivências do utilizador. Assim, debate-se a inserção do novo edifício no terreno de forma a inserir novas dinâmicas adaptadas às actividades do cliente. Igualmente se consideram as suas técnicas construtivas – pioneirismo – pretendendo usá-las como referência na resposta projectual. A cultura do grupo suíço bem como a tecnologia do país confronta-se com a aprendizagem académica de base portuguesa.

A análise do terreno à escala 1/1000 aliada à tradição da marcha, levou à necessidade de um estudo do território numa visão mais afastada com a escala 1/25000, para posteriormente regressar ao estudo dos edifícios à escala 1/50. Finalmente testa-se uma estrutura-protótipo à escala 1/1, onde se possibilitou a experiência directa do corpo com os materiais e seu manuseamento.