Da Viagem ao Lugar. Termas Vale dos Cucos

Autoria: Rui Silvestre

Orientação: Daniel Nicolas Jiménez Ferrera

Co-Orientador:

Universidade de Évora | Mestrado Integrado em Arquitetura

Menção honrosa

Memória descritiva

As Termas do Vale dos Cucos, hoje encerradas e parcialmente devolutas, são ponto partida de uma base prática operativa relativamente ao objeto de projeto, que almeja estender o campo de atuação no território, concebendo relações entre a arquitetura (as termas) e a infraestrutura ferroviária (a viagem).

Consciente da forte relação que a ferrovia teve no desenvolvimento do termalismo português, a viagem surge como enquadramento histórico, territorial, geográfico e cultural. No caso particular do desenvolvimento das termas ligadas à linha do Oeste, é o conciliar a ideia de projeto com dois temas, a Ferrovia e o Termalismo. Procurou-se assim firmar a pertinência desta proposta, com um olhar territorial, ligando um edificado termal existente a uma reversão do progressivo abandono da infraestrutura ferroviária do Oeste.

Na margem direita do rio Sizandro, a 2Km da cidade de Torres Vedras, as termas situam-se no vale que lhes deu nome e junto da ferrovia que liga com a capital e restantes cidades termais do Oeste. O seu passado integra a memória coletiva local, e a necessidade de preservação e valorização, motivam a relevância desta proposta, com sentido de responsabilidade histórica, e respeito pela natureza social e contextual do edificado existente.

Para que este permaneça o protagonista do lugar, este é objeto de reabilitação, de forma a preservar o possível dos seus programas originais, e integrar de forma adaptável, funcionalidades dentro dessas características. Em consonância, são propostas duas novas instalações de banhos, o novo balneário para banhos comuns e o novo balneário para aplicação de lamas, respondendo às modernas solicitações de serviços termais, expetáveis pelos padrões atuais.

Em suma, procura-se devolver ao local a ligação humana, a continuidade histórica pela interpretação do passado com o presente, em equilíbrio com a atualidade em novas práticas termais de saúde e bem-estar, fazendo uma ponte entre o passado e um possível futuro.