(Nova)mente eu, projectar para comunidades sem abrigo

Autoria: Marco António Porto Silva

Orientação: Margarida Louro Oliveira

Co-Orientador:

Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa

Vencedor

Memória descritiva

PROJECTAR PARA COMUNIDADES SEM ABRIGO

Um refúgio seguro e livre para pessoalidades é o lugar essencial ao Ser Humano, é neste lugar que se constrói uma casa e no decorrer um Lar, indispensável à presença humana. E se este lugar nos fosse retirado? Quem seriamos? Como viveríamos?

Há a quem este lugar se priva e limita, logo pois um fenómeno desperta. Atualmente habitam na solidão e permanecem sem abrigo. As cidades, são o centro destas comunidades vulneráveis como  procura de sustento, inclusive onde se encontram em grande extensão os vazios urbanos. Neste seguimento, o projeto aborda uma natureza experimental em resposta ao fenómeno, partindo de uma arquitetura adaptável e efémera, capaz de habitar em distintos cenários devolutos e proporcionar à comunidade sem abrigo, refúgio e reconstrução de um sentimento de pertença.

A partir da recuperação de espaços inocupados e sem vida, e, dos próprios recursos residuais resultantes das atividades humanas no centro urbano, que posteriormente transformados em soluções construtivas por meio de processos de reciclagem, produção (bio)plástica, entre outros, viabiliza-se uma possível mitigação à questão. Um ciclo de participação, recuperação e cooperação pela própria comunidade envolvida, na construção de um abrigo.

Arquitetura enquanto objeto último, e processo de planeamento de problemáticas sociais e urbanas, impulsionada pelo programa de economia circular sustentável.

O ciclo é distribuído em três componentes permitindo sustento e viabilização de abrigos para comunidades sem abrigo pelas mãos dos mesmos, como parte do processo de inclusão social. As componentes são:

– habita o ponto, recolha de recursos;

– processo de triagem, produção alimentar e bioplástica;

– processo de reciclagem de plástico para construção de abrigos (DOMHII shelter);

No seguimento  são estipulados 3 lugares como meio de resposta à premissa projetual. Lugar de produção alimentar; Lugar de triagem e produção; Lugar de reciclagem plástica e construção dos abrigos DOMHII shelter. DOMHII shelter, é um processo de design, entendido como produto inicial de um projecto de participação. Os recursos são impressos em peças standard levando à construção  do módulo  servindo facilidade e acessibilidade. É apresentado em conjunto um folheto de instrução de montagem. O projeto nasce com premissa fundamental, recuperar uma identidade ausente ao ser, como presentear uma nova identidade ao lugar.

Um novo lugar, uma nova vida… (nova)mente eu.

MY SELF (AGAIN)

DESIGN FOR HOMELESSNESS COMMUNITIES

A safe and free refuge for personalities is the essential place for the Human Being, it is in this place that a house is built and in the course a Home, indispensable to human presence. What if this place was taken away from us? Who would we be? How would we live? There are those to whom this place is deprived and limited, therefore a phenomenon awakens. Currently they live in solitude and remain homeless.

Cities are the center of these vulnerable communities in search of sustenance, and even where urban voids are found to a great extent. In this sense, the project approaches an experimental nature in response to the phenomenon,  starting from an adaptable and ephemeral architecture, able to live in distinctive devoluted scenarios and provide the homeless community with refuge and reconstruction of a sense of belonging. Resulting from the recovery of unoccupied and lifeless spaces, as well as the residual resources resulting from human activities in the urban center, which are later transformed into constructive solutions through recycling processes and (bio)plastic production, among other processes, it is possible enable a mitigation of the issue. A cycle of participation, recovery and cooperation by the community  involved, in the construction of a shelter. Architecture as the ultimate object, and planning process of social and urban issues, driven by a sustainable circular economy program.

The cycle is divided into three components allowing the sustenance and viability of shelters for homeless communities by their own hands, as part of the social inclusion process. The components are:

– habita o ponto, resource gathering;

– sorting process, food and bioplastic production;

– plastic recycling process for shelter construction  (DOMHII shelter);

In the follow-up, 3 places are stipulated as a means of responding to the project premise. Food production site; Sorting and production site; Plastic recycling and DOMHII shelter construction site.

DOMHII shelter, is a design process  understood  as the starting product  of a participation  project. The resources are printed on standard components  leading to the construction of the module serving facility and accessibility. An assembly instruction booklet is presented together. The project born with a fundamental premise, to recover an identity absent from the being, as well to give a new identity to the place.

A new place, a new life…  my self again.