Memória descritiva

REPENSAR O ESPAÇO PÚBLICO AO LONGO DO AQUEDUTO DE LISBOA

Como definir uma cidade habitável no século XXI? O tema central desta investigação conduz sempre de novo ao espaço público, que está indissociavelmente ligado às infra-estruturas. A cidade de Lisboa foi abastecida durante quase 200 anos por um aqueduto, antes de se tornar obsoleta e ser substituída por estruturas mais avançadas de abastecimento de água. No entanto, os locais para ir buscar água permaneceram como pequenas ilhas por toda a cidade, e desde então definiram os espaços públicos.

A investigação que se segue visa a re-transformação do  reservatório de água de Campo de Ourique, tendo em consideração reservatórios históricos como a Mãe d’Água das Amoreiras ou o reservatório do Patriarcal, que formaram a sua própria tipologia de Parque e reservatório de água.

No entanto, o reservatório de Campo de Ourique, nascido em tempos industriais como  reserva de água moderna e puramente funcional, sempre falhou em alcançar qualidades de estadia como os seus precedentes. A proposta visa ligar os distritos em redor da albufeira de Campo de Ourique, tornando o relvado acessível e criando um limite claro ao local que é permeável e permite a passagem dos passageiros.

Uma plataforma social constituída por uma galeria, um parque e dois edifícios públicos com  funções mistas permite uma transição fluid entre bairros. Em vez de ditar um programa fixo, uma estrutura aberta deveria permitir um programa flexible que pode mudar ao longo do tempo. A abordagem do projecto consistia em incorporar tanto o espaço público e a transparência como a segurança e protecção.

Acima  de tudo,  tinha de ser escolhida  a escala certa que fizesse justiça aos parâmetros  infra-estruturais (aqueduto, estradas, ligações de transporte) e criasse valor acrescentado no bairro.

WATER, INFRASTRUCTURE AND PUBLIC SPACE IN LISBON

RETHINKING PUBLIC SPACE ALONG THE AQUEDUCT IN LISBON

How to define a liveable city in the 21st  century? The central subject of this investigation always leads back to public space, which is inextricably linked to infrastructure. The city of Lisbon was supplied for almost 200  years by an aqueduct, before it became obsolete and got replaced by more advanced water-supply structures. Yet, the places to fetch water have remained like little islands across the city, and ever since defined the public spaces.

The following investigation aims at re-transforming the water reservoir of Campo de Ourique, taking into consideration historical reservoirs like the Mãe d’Água das Amoreiras or the reservatório do Patriarchal, which have formed their very own typology of Park and water reservoir. Yet, the Campo de Ourique reservoir, born in industrial times as a modern and purely functional water reserve, has always failed to achieve qualities of stay such as its precedors.

The proposal aims at connecting the districts surrounding the Campo de Ourique reservoir, making the lawn accessible and creating a clear limit to the site which is permeable and allows for the passengers to pass through. A social platform consisting  of  a gallery, a park,  and  two  public  buildings  with mixed  functions  allows for  a fluid  transition between neighbourhoods. Instead of dictating a fixed program, an open structure should allow for a flexible program  that can change over time.

The project’s design approach was to incorporate both public space and transparency as well as security and protection. Above all, the right scale had to be chosen that would do justice to the given infrastructural parameters (aqueduct, roads, transport links) and create added value in the neighbourhood.