ABITARE A LISBONA NEL 2020. La carenza di alloggi e la possibile soluzione Marvila

Autoria: Carola Brandini

Orientação: Telmo Cruz

Universidade Autónoma de Lisboa | Mestrado integrado em Arquitectura

Finalista

Memória descritiva

Na última década, Lisboa tornou-se um caso emblemático para o crescimento do turismo, para o aumento dos preços das rendas, para o incremento da especulação imobiliária e para o crescente processo de gentrificação.

E assim as casas na cidade ficaram menos acessíveis e surge a necessidade de estudar novas soluções habitacionais. Esses são os principais motivos pelos quais iniciei minha reflexão sobre a vida na cidade hoje.

Marvila é uma zona de Lisboa muito interessante deste ponto de vista; tem um elevado número de vazios urbanos, está próxima do centro histórico, tem uma forte relação com o rio e é servida pela linha ferroviária. A proposta do projeto pretende criar um sistema de edifícios autônomos com um papel central na concepção do espaço urbano: eles são colocados no limiar dos diferentes espaços públicos: assim os edifícios assumem o papel de uma parede permeável entre tipos de espaços abertos. A atenção desloca-se para o desenho do território e o verde varia em: parque, tapete verde que representa a ligação entre as duas margens de Marvila cortada pela linha férrea; floresta, que representa a densidade e cria privacidade entre os prédios públicos e preserva a fertilidade do solo; hortas, associadas à produção, que recriam a natureza agrícola de Marvila. São propostas uma nova topografia e quatro praças, pontos de entrada e polaridades neste novo cenário de bairro.

A par do projecto do espaço urbano, encontra-se o estudo da célula habitacional, resumida na ideia de «espaços cheios» e «espaços vazios»: assim nasce o projecto do edifício, constituído por três tipos de diferentes apartamentos que seguem sempre o mesmo esquema composicional, feito por quartos do mesmo tamanho, com um cômodo menor no meio. Os «espaços cheios» são sempre intercalados com os «espaços vazios», que na maioria dos casos são os corredores que permitem a permeabilidade do território envolvente. Assim, os princípios básicos que auxiliam a compreensão do edifício são a repetibilidade no tempo e no espaço, a flexibilidade, a associação de espaços e a hierarquia de ambientes.

Um sistema assim, de edifícios colectivos qualificados, espaços abertos de coesão territorial, novos elementos de polaridade, pode ser uma proposta alternativa para viver a cidade e os seus espaços, reintegrando também um equilíbrio social e cultural que, hoje em Lisboa, podemos correr o risco de perder.